Tarcísio Oliveira foi atropelado e arrastado por um caminhão baú no bairro Jardim Felicidade. O condutor ainda não foi identificado

Foi enterrado na tarde de domingo (18), o corpo do adolescente Tarcísio Oliveira dos Santos, de 16 anos. Ele foi atropelado na última sexta-feira (16) na zona Norte da capital quando retornava da escola às 22 horas. O velório ocorreu na casa onde ele morava com os pais e os irmãos na avenida Carlos Almeida de Souza, no bairro Novo Horizonte. Segundos a família, Tarcísio foi atropelado e arrastado por um caminhão baú de cor prata que omitiu socorro.
Pelos detalhes do incidente e com base nos relatos de populares, a polícia presume que o motorista estava embriagado, motivo pelo qual omitiu socorro à vítima.

O adolescente faleceu por volta de 2 horas da madrugada deste domingo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Especialidades Alberto Lima. Visivelmente abatida, a mãe do menino, Renilda Oliveira, disse que o filho estava consciente e conversou durante todo o trajeto até o Hospital de Emergências (HE). “Ele chegou ainda acordado na enfermaria, mas depois de fazer o exame de raio X, começou a botar sangue pela boca. A partir daí, o quadro dele só piorou”, disse a mãe.
Segundo a família, Tarcísio era um garoto de boa índole e de futuro promissor, estudioso, educado, do tipo que nunca deu “trabalho” aos pais.

O jovem jogava futebol na quadra da escola onde estudava no bairro Jardim Felicidade II. De acordo com a mãe, ele não costumava pegar caminho de volta pelo Jardim Felicidade. Dona Renilda informou que Tarcísio sempre ia e voltava da escola pelo bairro Novo Horizonte, chegava cedo para jantar com a mãe que lhe esperava. “A gente jantava todo dia junto. Ele chegava sempre na hora, não se atrasava. Mas nesse dia ele demorou. Foi quando meu outro filho veio avisar”, conta.

Izael de Oliveira Queiroz, irmão de Tarcísio, foi quem deu a notícia da morte para a mãe. Izael estuda na mesma escola pública onde o irmão estava matriculado (Escola Estadual Maria do Carmo, Jardim II). Ambos retornavam junto, um em cada bicicleta, mas na sexta excepcionalmente decidiram mudar a rota. Por volta de 22 horas, o caminhão desgovernado saiu da pista e atropelou violentamente o jovem. “A rua estava escura e deserta”, comentou Izael. No dia seguinte, restaram somente a mochila o caderno e parte das roupas rasgadas que ele suava durante o incidente. O que mais revolta a família é saber que o condutor do caminhão não prestou socorro ao adolescente e ainda poderia estar dirigindo embriagado. “Tarcísio costumava dizer que iria lutar pelos estudos dele pra ajudar aqui em casa. Agora eu quero justiça. Sei que não vai devolver a vida do meu filho, mas quero que o motorista pague e seja punido pelo crime que cometeu”, suplicou a mãe.