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Macapá, Amapá
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Polícia Civil do Amapá apreende 350 kg de Urânio em garimpo

A Polícia Civil do Amapá descobriu após denúncia anônima cerca de 350 quilos de Urânio, material com alto teor radioativo, que seria contrabandeado para fora do Estado. Três garimpeiros foram presos na noite da última terça-feira (16), mas só chegaram a Macapá nesta quinta-feira (18). De acordo com a polícia, o material foi apreendido em um garimpo no município em Santana e já foi encaminhado para a perícia. Cada quilo de Urânio seria comercializado a aproximadamente U$ 800,00 no exterior.

A operação foi realizada por agentes da Polícia Civil da delegacia daquele município em conjunto com agentes da Polícia Federal de Macapá. Uma denúncia anônima levou os agentes ao local exato onde estava escondido o minério. Esta já é a segunda apreensão de material radioativo no Estado somente este ano. Em janeiro, a Polícia Civil encontrou na localidade de Pedra Branca do Amapari quase meia tonelada do Uranita, produto com baixo teor radioativo por estar em estado bruto, mas se manuseado por longo período pode causar sérios danos à saúde.

A Uranita após beneficiada passa a ser altamente nociva e se transforma em Urânio. A descoberta ocorreu após 4 meses de investigação do Departamento de Polícia do Interior (DPI), tendo a frente do caso o delegado, Fábio Araújo, titular do município de Serra do Navio. A circulação ilegal desse produto é considerada uma prática terrorista à saúde pública e ao meio ambiente.

Rede de Vingança

"Guerra" do tráfico já matou cinco e vira desafio para a polícia


De acordo com informações policiais, as execuções do “Cara de Gato” e do “Gaguinho” fazem parte de uma guerra pelo comando do tráfico. A família dos dois desmente

Por Carlos Lima

As declarações de Dona Raimunda da Silva Negreiro, que teve dois filhos assassinados por traficantes, revelam que algumas mortes, a princípio vistas como fatos isolados, são na verdade parte de uma rede de vingança comandada por traficantes da Ponte da Amizade, no bairro Jardim Marco Zero. Segundo ela, cinco pessoas já morreram desde fevereiro de 2009 e todas têm ligação uma com a outra. Alguns foram baleados em tiroteios com a polícia e outros morreram pelas mãos de bandidos. Juracy da Silva Negreiros, conhecido como “Gaguinho” e Jeandresson da Silva Negreiros, 26 anos, conhecido como “Cara de Gato”, são os filhos mortos de dona Raimunda. As mortes foram supostamente compradas por líderes do tráfico daquela região. Ela afirmou ontem a esta reportagem que vem sofrendo constantes ameaças e teme pela vida dos outros dois filhos, Fernando e Rogério. Traficantes não sossegariam enquanto não acabassem com toda a família.

O início da guerra

De acordo com informações policiais, as execuções do “Cara de Gato” e do “Gaguinho” fazem parte de uma guerra pelo comando do tráfico nos bairros do Zerão, Jardim Marco Zero, Muca e Congós. A batalha se arrasta desde o início de 2009 quando houve o primeiro homicídio. O ex-detento, Eliel do Nascimento Pantoja, conhecido como “Leco”, que cumpria pena em regime domiciliar por assalto, foi executado com cinco tiros no bairro do Muca. De acordo com a polícia, Leco fazia parte do grupo de traficantes que domina a Ponte da Amizade.

A autoria desse homicídio recaiu sobre um dos filhos de dona Raimunda, o Jeandresson, vulgo “Cara de Gato”. A partir de informações de testemunhas, policiais apontaram “Cara de Gato” como o autor dos disparos contra Leco. Uma semana depois, em fevereiro de 2009, ele acabou sendo executado em um posto de combustível na rodovia Jk, no bairro Jardim Marco Zero. Os traficantes teriam encomendado a emboscada, de acordo com a mãe da vítima. Deu-se início, então, a mais longa batalha pela vida nas pontes da “Amizade” e do “Poço”, como é conhecida a área onde mora Raimunda, local onde também existe tráfico, segundo a PM.
Assassinos de aluguel

Declarações dela e de outro filho, que preferiu não ser identificado, revelam que o homicídio foi perpetrado por Adeilson Costa de Sousa, 23 anos, vulgo “Douglas do Iapen” e Marlon Borges Júnior, 19 anos, conhecido como “Junior Calango”, morto pelo Bope no último final de semana. A polícia também sustenta essa hipótese e diz que a morte foi encomenda. Após a execução do Cara de Gato, Adeilson fugiu, mas foi preso em novembro de 2009 depois de matar o taxista Iraelson dos Santos Costa, no bairro Nova Esperança. Com o Douglas, foi apreendido um revólver 38, a arma do crime. Antes de cometer os dois homicídios, “Douglas do Iapen”, era procurado pelas polícias Civil e Militar por ser foragido da penitenciária. Durante assalto a um posto de combustível no Beirol, ele foi preso, mas acabou sendo solto na delegacia e veio a cometer os crimes.

Confrontos com a polícia

Adeilson trocou tiros com a polícia no bairro do Zerão onde estava escondido e por pouco não foi morto. Ele chegou a ser alvejado por policiais, mas sobreviveu. Porém alguns comparsas dele não tiveram a mesma sorte em confrontos armados com o Batalhão de Operações Especiais (Bope). Um de seus parceiros, Marlon Borges Júnior, 19 anos, conhecido como “Junior Calango”, morreu com quatro tiros disparados por policiais na região conhecida como “Lago da Vaca”, no último final de semana. Marlon também foi acusado pelo assassinato do Jeandresson.

Também morreu meses depois em tiroteio com policiais do Bope, o Manoel Adalberto da Rocha Martins, 24, vulgo “Betão”, que também era envolvido com o tráfico na Ponte da Amizade. Segundo informações não oficiais, a denúncia sobre o paradeiro do assaltante foi repassada por familiares do Cara de Gato em represália à morte do mesmo.

O comando do Bope

O comandante do Bope, Major Rodiney, disse que 4 cápsulas de balas deflagradas pelo acusado foram encontradas no chão da casa e pelo menos 3 marcas ficaram nas paredes. O fato aconteceu no Conjunto da Ego, bairro Jardim Marco Zero em novembro de 2009. Adalberto levou tiros no peito, na barriga e outro na perna direita e morreu poucos minutos depois de chegar ao HE. Uma pistola de calibre 380 com munição foi apreendida com o infrator.

Adalberto possuía mandado de prisão por dois roubos (artigo 157) que praticou em 2007. O comando do Bope afirmou que ele pode ter envolvimento com a execução de Jeandresson. Alguns moradores reconhecem que há uma guerra e muitos sofrem com a situação. “Quando não é a polícia que mata, é o traficante acertando as contas”, disse um comerciante, que não quis se identificar. Além do comércio escancarado de substância entorpecente, os tiroteios, invasões da polícia e assaltos são constantes no bairro Jardim Marco Zero.

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