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Macapá, Amapá
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Pequenos empresários montam rede de minimercados no Amapá

Pequenos empresários de Macapá, capital do Amapá, se unem e montam uma rede de minimercados. Com o associativismo, as empresas cresceram e o faturamento dos negócios aumentou. Esses pequenos comércios não tinham infra-estrutura nem organização suficiente para receber a clientela. Até que o Sebrae reuniu 16 empresas no Projeto Desenvolvimento de Mercantis'.

"Foi um projeto que teve um resultado significativo porque houve uma mudança conceitual dentro das pequenas empresas que trabalham com comércio varejista, principalmente de alimentos," diz o superintendente do Sebrae no Amapá, João Carlos Alvarenga.

A maior conquista do projeto é a criação da Rede Unidos. Uma central de negociações que mudou a gestão dos 16 mercadinhos. Separados, eles são comércio de bairro. Juntos, são uma grande rede que negocia coletivamente promoções, campanhas publicitárias e principalmente a compra de estoque. O modelo reduz custos. "Nós temos uma economia de aproximadamente 40 mil por mês," diz Moisés de Oliveira, dono de uma rede de mercadinhos.

O empresário José Maria Torres de Almeida começou o negócio sozinho. "Eu vendia, fechava a loja e ia fazer compras. Perdia muito tempo com a loja fechada porque ia de bicicleta, aí demorava muito tempo para chegar, para abrir o comércio de novo," diz o empresário.

O crescimento foi natural, mas desorganizado. A disposição dos produtos nas prateleiras confundia os clientes. E os congelados eram guardados de qualquer jeito. "A gente procurou o Sebrae, que mandou uma consultora para dentro da loja e deu curso para os funcionários, com isso melhorou muito mais".

O empresário fez todos os cursos de gestão oferecidos pela Instituição. Depois de quatro anos do início do projeto, o espaço físico do mercado aumentou. E a quantidade de funcionários também. "Meu faturamento dobrou com esse projeto," conta.

O empresário não gasta dinheiro com uniformes. As roupas dos funcionários dos mercados da Rede Unidos foram patrocinadas por dois fornecedores. As cores dos uniformes e da fachada das lojas são padronizadas.

José Maria de Almeida também economiza nas compras. A rede faz negociações de 15 itens, como leite, feijão e óleo. Por quinzena, chegam às lojas do grupo 1,6 mil fardos de açúcar e mil caixas de café. O desconto médio obtido é de 3%. O Sebrae orientou o empresário a investir na fidelização dos clientes.

"O mercado tem o próprio cartão de crédito. Os clientes podem comprar em duas vezes sem juros e pagar a primeira parcela depois de 40 dias. É assim que a empresa segura a clientela e fortalece o comércio de bairro. 400 cartões já estão em circulação e hoje representam 5% do faturamento," diz Gustavo Gonçalves, do Macapá.

"Se não fosse o cartão, eu perderia os clientes que não podem comprar à vista". "Quando você está sem dinheiro, vem aqui faz a sua compra normal, ainda tem o parcelamento né, então eu acho uma grande vantagem," diz a cliente Jordana Alves.

Este outro mercadinho também tem cartão de crédito. Ele é usado em 10% das vendas. O empresário Manoel Barros tem uma história de sucesso para contar. Há 17 anos, quando abriu o mercado, vendia só quatro itens. Agora oferece 5 mil produtos diferentes. A estratégia é não deixar o cliente sair de mãos vazias.

"Ele leva tudo que está precisando. Se está precisando de cinco, chega aqui e tem só dois, ele deixa de levar esses dois para procurar num outro concorrente," diz o empresário Manoel Barros.

As consultorias do Sebrae mudaram o mercado. O empresário caprichou na exposição dos produtos. Existe uma estante com artigos só para os homens. Alguns itens estão mais próximos. O coador fica junto com o café. O molho está ao lado do macarrão. "Está tudo aproximado, uma meradoria da outra. Aí ele lembra que tá faltando aquele item na casa dele," diz o empresário Manoel.

A compra coletiva reduz os custos em 5%. O desconto é repassado automaticamente para os clientes do mercado. Assim todos se beneficiam. Manoel Barros aponta outra vantagem em participar da rede.

Quando tem uns produtos que tão assim perto de vencer, em um mês, dois meses, e você vê que não vai conseguir vender nesse espaço, a gente divide com os colegas da rede. O mercado de Manoel de Barros vai crescer até o fim do ano. Vai ganhar uma padaria e um açougue. Agora a meta do Sebrae é ajudar os outros mercadinhos do Estado que não participam da rede.

Isso aí serve até de incentivo e de exemplo para que outros possam vir conosco, possam participar do projeto e ver que esse projeto tem futuro, que pode dar resultados muito bons e ajudar o desenvolvimento dos minibox, das mercearias do Estado do Amapá.

Serviço: Sebrae/AP - (96) 3312-2838
Rede Unidos Novo Horizonte (Central de Negócios) - (96) 8126-6695
Casa Novo Horizonte (minimercado) - (96) 3222-6774
Mercantil Barros (minimercado) - (96) 3241-2029

Ministério Público intermedeia reivindicações de empreendedores informais

Os empreendedores informais removidos para a Feira Popular querem participar das discussões que definiram os critérios de escolha para a ocupação do local.

Dione Amaral

O Ministério Público, representado pelo procurador-geral de Justiça, Iaci Pelaes, e pela chefe de Gabinete, promotora Maricélia Assunção, recebeu, na tarde dessa quinta-feira, 30, representantes dos trabalhadores informais e secretários municipais de Macapá. A pauta tratou da reivindicação de soluções para os camelôs não beneficiados com a Feira Popular instalada na avenida Antônio Coelho de Carvalho.De um lado, estavam o Sindicato dos Trabalhadores Autônomos do Comércio Varejista do Estado do Amapá (Sintacovap) e a Associação dos Trabalhadores Autônomos informais e microempresários do Estado (Astracime).

Representando a Prefeitura, estavam as Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Manutenção Urbanística, Secretaria de Assistência Social e do Trabalho, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitacional e a EMTU (Empresa Municipal de Transportes Urbanos). Reivindicação Após a remoção dos ambulantes das calçadas da Cândido Mendes e a remoção para a Feira Popular, a preocupação do Sindicato é com os vendedores que não foram beneficiados com um espaço no local. “Nós não somos contra a organização da cidade, mas só queremos que essa organização seja planejada e que contemple a todos”, disse o presidente do Sintacovap, Jorim Leal.

Uma segunda reclamação do Sindicato é a proibição de venda de comidas típicas e lanches na Feira Popular, fato que prejudicou os ambulantes que sobrevivem dessa comercialização. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Alessandro Tavares, justificou as medidas emergenciais em relação à instalação do espaço. “Atendendo à recomendação do Ministério Público e às nossas limitações orçamentárias, nesse momento não é possível atender a pedidos, como instalação de banheiros químicos, de tomadas e outras, mesmo porque se formos analisar era algo que eles não tinham na rua, mas reforçamos que o espaço é provisório, destacou.

Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Hécia Souza, existem 112 espaços na Feira Popular; destes, 80 já estão ocupados e sete estão reservados para as famílias que estavam cadastradas, mas que ainda não se alocaram no espaço. Para os demais boxes, está sendo feito um estudo de investigação para remanejar aqueles empreendedores que comprovarem ser informais. “O critério de escolha dos ambulantes se deu a partir do cadastro realizado nos anos de 2006 e 2007”, explicou a secretária.

O Ministério Público do Amapá marcou para o mês de agosto uma próxima reunião com o grupo para receber as propostas reivindicadas pelo Sintacovap e Astracime. Em seguida, o documento será encaminhado à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo de Macapá (Prodemac). “Nosso papel é promover o diálogo entre as instituições e assim chegar a entendimentos que possam beneficiar a sociedade em geral”, finalizou o procurador-geral de Justiça, Iaci Pelaes.

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