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Macapá, Amapá
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Catadores de latinhas contribuem com o meio ambiente

Ellen Moura

O Brasil é campeão mundial em reciclagem de latinhas. Mas essa posição não pode ser atribuída à aplicação de medidas de políticas de desenvolvimento sustentável, tão pouco, ao fato de a reutilização de materiais ser uma alternativa politicamente correta. O que ocorre com a reciclagem é um fator social, pois há uma enorme desigualdade econômica no país, assim, muitas famílias descobrem nas latinhas uma fonte de complemento de renda.

Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), aproximadamente 96,5% das latinhas que foram disponibilizadas no mercado tiveram como fim a reciclagem. As vantagens ambientais e sociais de devolver o alumínio ao mercado são muitas, por exemplo, a reciclagem economiza 95% da energia elétrica que é utilizada na produção do metal a partir da bauxita. A lata de alumínio é a única embalagem que pode ser inteiramente reciclada para a fabricação de outras latas idênticas de forma econômica e auto-sustentada.

Hoje, é comum se ver nas festas, carrinhos ou sacos sendo conduzidos por catadores abarrotados de latinhas. Eles acordam bem cedinho para trabalhar, sem escolher as marcas que irão colher e dessa maneira contribuem para o meio ambiente e ajudam a prefeitura a manter a cidade limpa.Os catadores de latinhas exercem um papel educador na separação do lixo andando de bairro em bairro e acabam ensinando à população os diferentes valores dos materiais que são jogados fora. Nenhum programa de conscientização adotado pela sociedade no país pode se comparar à ação dos catadores neste processo de conscientização.

Com o crescimento dessa profissão, surgem cooperativas e associações de catadores em todo Brasil. A participação dessas entidades na coleta de latas de alumínio passou de 43% para 52% nos últimos quatro anos.Siqueira, é catador de latinhas em Macapá há mais de 5 anos. Ele afirma que, se não existissem as latinhas, talvez estivesse passando fome junto com a sua família e que seguiu essa profissão pela falta de oportunidade no mercado de trabalho. “Trabalho com as latinhas todos os dias não existe feriado para mim. É delas que eu tiro o meu sustento com a minha família, apesar da discriminação que eu sofro por ser catador de latinhas posso dizer que sou feliz e acredito que é um trabalho digno como outro qualquer um, e não tenho dia ruim eu só sei que todos os dias eu como graças à venda das latinhas”, declara Siqueira.

Para conseguir um quilo de alumínio, é preciso juntar 63 latinhas. Assim é o dia-a-dia dos catadores, debaixo de sol ou chuva, eles sempre estão prontos para trabalhar e contribuindo para o meio ambiente.A reciclagem de latinhas é fonte de renda de muitos amapaenses, porém muitos catadores não sabem da importância do trabalho que fazem na sociedade, alguns veem o que fazem apenas como uma forma subsistência. Mal sabem do trabalho social que demonstram com essa atividade.Apesar todo o esforço realizado por esses profissionais da reciclagem, eles ainda não são valorizados da maneira justa, pois esses trabalhadores fazem parte de conceito ecológico por implantar uma política educacional correta, mas o que acontece é a intensa discriminação que a sociedade impõe a eles.

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