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Macapá, Amapá
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CIODES



Quase 500 mil ligações em seis meses

A quantidade de trotes diminuiu mais da metade e relação ao 1º semestre de 2008. O mês de junho fechou com 45.051 ligações.

O Estudo realizado pelo Núcleo de Estatística do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODES) mostra que de janeiro a junho desse ano, foram registradas mais de 444 mil ligações para a Central. Desse montante, quase 100 mil são consideradas válidas. Com base no gráfico do ano passado, houve aumento de 12% no número de solicitações com essa tipificação. O Estudo também revela que 33% dos casos de Violência Doméstica chegaram ao conhecimento das autoridades de segurança. Para a coordenação do Centro, esse acréscimo é explicado pelo crescente número de denúncias, resultado de campanhas de combate à violência no âmbito familiar.

Menos trotes

Em contrapartida, o número de trotes diminuiu em mais da metade seguindo o mesmo comparativo, fechando o mês de junho com 45.051 ligações. Nos primeiros seis meses de 2008, foram registrados 96.820 trotes. Nesse mesmo período 200 pessoas contataram a Central com fins de agradecimento pelo serviço prestado. No geral, o CIODES recebeu 444.548 ligações de diversas naturezas. 4% a menos do que no ano passado. Das instituições de segurança pública que integram o CIODES, a Polícia Militar foi quem mais recebeu chamados, seguida do Corpo de Bombeiros, POLITEC e Polícia Civil.

Atendimentos de Emergência
O número de ocorrências que necessitaram da presença da Polícia Militar caiu cerca de 20% se comparado com 2008. Com relação aos atendimentos de emergência, nesse período de 2009, foram registrados pelo menos 194 incêndios, um a mais do que no ano passado. Desse total, 57 pessoas tiveram as casas carbonizadas e mais 21 proprietários perderam o automóvel por ocorrência de incêndios. O CIODES também registrou 29 tentativas de suicídio, 16 afogamentos, 120 inundações e mais 337 salvamentos de outras naturezas realizados pelo Corpo de Bombeiros.

417 ferimentos foram provocados por arma branca, em 2009, 411 em 2008. 46 ferimentos por arma de fogo em 2009 e 43 em 2008. Agressões foram 98 em 2009 e 96 em 2008. Aumentou em 6% o número de Acidentes de trânsito dentro desse mesmo comparativo semestral. Em 2008 foram registrados 1716, enquanto que até junho desse ano, 1824 chegaram ao conhecimento das autoridades competentes.

Violência no trânsito cresceu 19% em 2009

O primeiro semestre de 2008 acumulou 2.764 acidentes de trânsito em Macapá. Nesse mesmo Estudo apresentado pelo CIODES consta que em 2009 houve um aumento de 19% dos acidentes. Foram 3.316 atendidos em seis meses. O principal aumento se deu no horário entre 19 e 21 horas. Nos demais horários, os números permaneceram estáveis.
Mais de 2 mil acidentes tiveram vítimas parciais e 35 vítimas fatais. Os números se referem apenas à capital do Estado do Amapá. 728 choques envolveram dois ou mais carros, 42 envolveram carro e bicicleta, 269 envolveram carro e moto e em 48 acidentes estiveram envolvidos veículos oficiais.

O que mais surpreende é o crescimento de 118% dos acidentes envolvendo moto e bicicleta. 10 mortes (29%) decorreram de colisões entre carro e moto. De acordo com o comparativo por dia da semana, sábado e o domingo continuam com altos índices. Constatou-se que mais da metade ocorre nos finais de semana (sexta, sábado, domingo e madrugada de segunda). Pelo menos 1.065 ocorreram entre 18 e 0 hora, 1.020 foram registrados de meio dia às 18 horas e 403 ocorreram de meia noite às seis da manhã.

Violência Doméstica

Autoridades divergem sobre aumento de registros no CIODES

“Há dois lados que não se pode separar. Um deles é o aumento dos casos, e o outro é o aumento das denúncias”, disse o Coronel Edilelson.
Em matéria de violência doméstica contra a Mulher, o bairro do Congós, por dois anos consecutivos, foi o que mais registrou casos de agressões. Em 2008, 253 mulheres foram vítimas, e em 2009 esse número subiu 324 somente nesse bairro. Porém se agregarmos os quantitativos dos bairros, Cidade Nova e Perpétuo Socorro, os números alcançam o total de 437 casos. Tendo em vista essa análise, o Novo Horizonte aparece como a terceira região de maior incidência com 313 registros de conflitos familiares, onde a mulher é a vítima.
Divergências
As estatísticas revelam que, nesse primeiro semestre de 2009, 33% a mais de casos chegaram ao conhecimento das autoridades. Alguns órgãos de segurança, como a Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM), sob titularidade da delegada Josymaria Coelho, afirmam que essa elevação de percentual pode ser justificada pelo crescente índice de denúncias. A delegada acredita que o próprio trabalho da Polícia Militar tem servido de incentivo para que as mulheres denunciem seus agressores.

Contudo, o Tenente Coronel Edilelson, comandante do 6º Batalhão da PM, declarou que se sente temeroso diante do que está sendo reportado. Para ele, não é possível afirmar uma coisa ou outra sem que haja um estudo técnico adequado. “São dois lados que não se pode separar. Um deles é o aumento dos casos, e outro é o aumento das denúncias”, declarou.
Para o oficial do 2°BPM, Capitão Quaresma, a polícia se prende em situações de violência familiar e acaba deixando de atender outras solicitações. “Muitas ocorrências não são atendias por falta de disponibilidade de viaturas. Os casos se repetem porque, num primeiro momento, as vítimas chamam a polícia, mas preferem não ir até a Delegacia denunciar o agressor. Isso faz com que a violência volte a acontecer, fazendo com que a PM volte a ser chamada, por isso os números continuam crescendo”, opinou o Capitão.
Cidade Nova e Perpétuo Socorro
De janeiro a junho de 2009, 5.174 casos de violência doméstica foram notificados no CIODES, 3.880 em 2008. A estatística revela que grande parte ocorre no período entre 18 e 4 horas a madrugada. O coronel explica que os bairros Cidade Nova e Perpétuo Socorro são locais de baixa infraestrutura e renda, além disso, a facilidade de acesso a drogas lícitas e ilícitas é muito maior.
De acordo com ele, esses aspectos têm contribuído para classificar a região como de maior incidência. “Está constatado que na maioria dos casos atendidos pela Polícia, o álcool e outras drogas estão presentes. Durante as visitas solidárias realizadas pelos oficiais, observa-se, também, que há uma dificuldade interpessoal. Com base nisso, nós reunimos com diversos representantes da comunidade, e em Agosto será realizada uma caminhada em prol da paz social”, adiantou Edilelson.

O Estudo mostrou ainda que “Domingo é dia de apanhar”. 29% das ligações ocorreram nesse dia. De acordo com o gráfico, 33% das mulheres têm entre 35 e 64 anos de idade, 24% têm entre 18 e 24 anos e 6% têm entre 12 e 17 anos. 34% dos agressores são da faixa etária que vai 35 e 64 anos e 27% têm entre 18 e 24 anos. Em 18% dos casos, o agressor não é encontrado no local da ocorrência.
Novo Horizonte, Zona Norte
Uma equipe de Polícia Militar gasta em média 1 hora
e meia prestando atendimento em cada caso de violência doméstica. Roubo e outros crimes podem ser previstos, diz o Capitão Quaresma, e são possíveis de evitar mantendo a ronda ostensiva nas ruas. De acordo com o CIODES, o Novo Horizonte se apresenta como o terceiro bairro de maior ocorrência. De janeiro a Junho foram registrados 313 casos.
Para o Capitão, não há como prevenir a Violência Doméstica, se não por meio de campanhas. Ele declarou que a polícia não pode estar dentro da residência das pessoas, evitando que elas entrem em conflito. “As brigas no ambiente doméstico, que têm a mulher como vítima, iniciam com simples discussões. Na medida em que o tempo passa, a discussões são incrementada por ofensas, palavrões e depois agressões, até chegar no homicídio ou tentativa”, afirmou o Capitão.

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