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Macapá, Amapá
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Carlos Lima

Senhor, João Alberto Capiberibe,

Prestígio ser governador? O todo poderoso e sedutor, um dia acaba encarcerado em seu próprio domicílio, roendo as unhas, mergulhado em acusações e, por que não?, calúnias. Quando o senhor é o poder maior deste Estado, torna-se um homem aclamado, idolatrado e sedutor. Atraiu com os poderes que o cargo lha atribui todos e sua volta, todos que queriam estar perto de sua força e que desejavam as sobras de seu poder. Afinal, o povo é como a mulher, adora homens fortes. Aquelas pessoas, que se arrastavam aos seus pés, depois de oito anos se tornam seus adversários e começam a lhe atacar com calúnias e acusações, muitas vezes sem fundamentação. O senhor com certeza se lembra daqueles camaradas, que se diziam seus súditos, cujos ataques de hoje ainda lhe constrangem. Não sei como pode lidar com tanta frustração. Tenho convicção de que o senhor não confiaria a sua vida política a quem quer que seja, inclusive a alguém de sua própria família. Basta se recordar de Fernando Collor de Mello, que foi denunciado pelo próprio irmão, que Deus o tenha.
Mas pra finalizar, gostaria que me dissesse o que aconteceria se o senhor tivesse a audácia de caminhar por alguns metros em um local público, onde tenha grande fluxo de pessoas? Uma coisa é certa, senhor João Alberto Capiberibe, a imortalidade é garantida pela fama. Fama essa que o senhor conquistou por mérito próprio. Afinal, que mais motivaria alguém a entrar na política se não o desejo intenso pela fama?

Talvez volte a se tornar um sedutor, ou talvez permaneça perdedor.

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