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Macapá, Amapá
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Clima de revolta marca velório de professor vítima de latrocínio


A cerimônia de adeus ao professor Sérgio Lima dos Santos contou com a presença ilustre da deputada federal Dalva Figueiredo, com quem Sérgio tinha relações de amizade, de amigos do Corpo de Bombeiros, além de parentes próximos, professores e ex-alunos

“Justiça a Todo Custo”. Este, a partir de agora, é o lema da família do professor Sérgio Lima dos Santos, de 47 anos, velado sob o clima de revolta na manhã desta terça-feira (29) no bairro Santa Rita. O corpo de Sérgio foi encontrado na manhã da última segunda-feira (28) em um ramal próximo à rodovia Juscelino Kubitscheck por volta de 6 horas. Sérgio Lima Santos, que servia ao Sistema Organizacional Modular de Ensino do governo do estado, com mais de 25 anos de serviço público, pode ter sido vítima de latrocínio. Além de professor, ele atuou como diretor na escola Coelho Neto, na avenida Clodóvio Coelho, no bairro do Trem, onde fez vários amigos e se tornou uma figura bastante conhecida.

O velório, que iniciou às 8h da manhã com previsão de enterro para as 16h, contou com a presença ilustre da deputada federal Dalva Figueiredo (PT/AP), amigos do Corpo e Bombeiros, professores, ex-alunos e parentes próximos. A cerimônia de adeus a Sérgio Lima foi marcada pelo sentimento de profunda revolta em relação aos criminosos. A família pediu amotinadamente à polícia que os autores da barbaridade fossem punidos na forma da lei.

Ainda pela manhã, a informação prestada pelo delegado de polícia, Ericláudio Alencar, dava conta de que três suspeitos de participação no crime estavam sob custódia da polícia na delegacia do bairro Pacoval. A possibilidade dos acusados não serem indiciados pelo crime de latrocínio, por falta de provas contundentes, espalhou ainda mais indignação entre os familiares. De acordo com informações policiais, entre os envolvidos estão dois adolescentes, um de 16 e outro e 17 anos, que teriam confessado “parcialmente” o crime. A confissão é de que eles realmente usaram o veículo da vítima para praticar assalto pela cidade. Por outro lado, eles negam a acusação de latrocínio, assim como o maior de idade, também preso, que será identificado apenas pelas iniciais: M. B. S., 24 anos.

Suspeitos são acusados de roubo
O delegado responsável pelo caso flagrante, Ericláudio Alencar, disse por volta de 12h que pretendia indiciar a priori o elemento maior de idade por assalto à mão armada (art. 157 do código pena) em virtude de ter sido reconhecido por uma das vítimas. O roubo teria ocorrido em companhia dos dois menores em um mercantil no bairro Brasil Novo. Este crime, segundo membros da família da vítima, ocorreu na manhã de segunda-feira (28) logo após o corpo ter sido abandonado. Em função do reconhecimento feito por esta vítima e da alegação de que os acusados estavam, de fato, no veículo roubado do professor, o delegado decidiu acusá-los de roubo à mão armada. Nesse caso, os menores seriam encaminhados à especializada (DEIAI) e o maior ao presídio estadual onde estaria à disposição da justiça.

Durante a tarde, a Polícia Civil ainda aguardava provas e testemunhos que pudessem sustentar a acusação de homicídio. O delegado titular da DECIP declarou por telefone que uma equipe de agentes já estaria investigando o caso, e um relatório seria entregue no período da tarde, inclusive apontando se há indícios que caracterizem o latrocínio. Intrigada pelos boatos sobre a possibilidade da soltura dos acusados, a família decidiu manifestar a revolta e pedir publicamente que o caso seja investigado, e os criminosos punidos.

De acordo com familiares, Sérgio foi visto pela última vez em um veículo Celta de cor prata, placas HNA 0956, de Belo Horizonte, pertencente a uma empresa de locação, transitando pelo bairro Congós na noite do último domingo (27) acompanhado de uma moça. A partir de investigação da própria família, descobriu-se que os elementos usaram o carro de Sérgio para efetuar assaltos em Macapá. Não se sabe ao certo onde e a que horas, o professor foi abordado pelos bandidos, mas a família afirma que Sérgio foi mantido no porta-malas do carro até ser morto e desovado no ramal do Micro Mundo.

O carro que a vítima usava
O carro Celta foi encontrado abandonado próximo a uma faculdade na rodovia Duca Serra na segunda-feira. O veículo estava com o vidro de trás estilhaçado e a lataria amassada. Duas testemunhas, que por segurança não terão os nomes relevados, procuraram a família de Sérgio na noite de segunda para afirmar que viram quando os dois menores faziam manobras e risco (Cavalo de pau) em via pública no bairro Congós. Na mesma noite, em perseguição continuada, a Polícia Militar chegou aos três suspeitos, que foram detidos para averiguação e até as 15 horas de ontem ainda aguardavam algum procedimento.

Últimos momentos com a família
O corpo de um homem foi encontrado por volta de 8h40 da manhã de segunda-feira (28) com lesões na cabeça e no rosto, provocadas por pauladas. Ele estava sem camisa e sem documentação. A vítima foi encontrada dentro de uma construção em área de mata no ramal do Micro Mundo, às proximidades da rodovia JK. A Polícia Militar passou a acreditar na hipótese do corpo pode ter sido desovado em função das características do crime. As marcas de pneu no ramal estreito apontavam para um veículo compacto. O veículo usado no crime, segundo a família da vítima, havia sido alugado há alguns dias pela vítima.

No dia do crime, Sérgio viajou neste carro para o município de Mazagão, no Amapá, onde moram alguns de seus familiares. Perto de 21 horas, ele retornou para Macapá e continuou bebendo e se divertindo em um bar no bairro Congós. Algumas horas mais tarde, ele saiu no carro Celta, e só foi visto pela última vez por volta 0h na companhia de uma garota. O caseiro de um sítio no Ramal do Micro Mundo afirmou à polícia que ouviu ruído de motor por volta de 6 horas da manhã, ocasião em que o corpo de Sérgio foi desovado. Sérgio já chegou bastante machucado no local onde foi deixado, possivelmente já sem vida, mas ainda sim recebeu várias pauladas na nuca.

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