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Macapá, Amapá
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39 presos: Túnel é reutilizado em maior fuga da história do Iapen


Segundo um agente, o túnel tem mais de 80 metros para o lado norte da penitenciária. Extra oficialmente, as informações apuradas pela manhã apontavam para o mesmo túnel usado na fuga do mês de junho quando escaparam 15 detentos

Os trinta e nove presos que fugiram do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) na madrugada desta segunda-feira (12) reutilizaram um túnel usado em uma fuga há cerca de um mês. O fato deixou o departamento de segurança do presídio em situação de vergonha perante a sociedade. “A minha guarnição está envergonhada”, admitiu um agente penitenciário. A maior fuga da história do Amapá mostrou que o sistema penal amapaense chegou ao nível máximo de desastre. Os relatos dos agentes na manhã de ontem (12) soaram em tom de desabafo. Para muitos, o acontecimento poderia ter acabado de forma trágica com mortos e feridos. “Os presos estão dispostos a tudo”, disse Marton, da segurança.

Segundo informações de agentes, o túnel usado para a fuga tem em torno de 80 metros ao lado de trás da penitenciária. Extra oficialmente, as informações apuradas pela manhã apontavam para o mesmo buraco usado na fuga do mês de junho quando escaparam 15 internos. O agente Marton declarou que os presos da cela 4B já vinham cavando há, pelo menos, três semanas, e que o plano teria iniciado logo após o duplo homicídio ocorrido no pavilhão Medidas de Segurança.

A fuga teria ocorrido entre meia noite de 1h30 da madrugada, mas só descoberta pela segurança por volta de 2h30 por meio de uma ligação anônima. O denunciante informou que um suposto interno estaria circulando pelas ruas do bairro Marabaixo III. A partir da denúncia, a chefia do plantão providenciou as rondas pelos pavilhões, em especial na cela onde estaria sendo custodiado o preso denunciado através da ligação. Alguns detentos se recusaram a abrir a cela, sendo necessária a quebra de algumas trancas para o acesso dos agentes.

Após a retirada dos detentos, foi contatado o túnel no interior da cela 4B, e todo o material havia sido acondicionado dentro de sacolas no banheiro e sobre as camas de concreto. Marton esclareceu que em razão de uma determinação, os agentes deixaram de ter livre acesso às celas, em função disso os presos tiveram tempo suficiente para planejar e executar a fuga. Desde 2009, a portaria foi baixada no presídio, restringindo as revistas. A partir de então, só poderiam ser realizadas através de ordem judicial.

No mesmo período desta determinação, um grupo formado por 22 agentes, conhecido como “a Equipe Charles”, foi presa através de investigação do Ministério Público acusados de tortura. As primeiras revistas teriam sido solicitadas ainda na gestão de segurança do tenente Vilhena, e também após o duplo assassinato. Porém todas foram negligenciadas. Segundo os agentes, o Iapen não reúne as condições mínimas para funcionamento. Além da falta de luminosidade, os agentes ainda convivem com os problemas de saneamento básico e a falta de armamento adequado.

Nomes

Edson Oliveira Maia, Willian Edjon Ramos Corrêa, Marlúcio da Silva Monteiro, Idelvan Rocha, Genival Moraes da Silva, Amilton Leite Pacheco, Renan César Cantuária, Ivan Wilander Coelho dos Santos, Michel de Lima, Marlon dos Santos Barbosa, José da Luz Oliveira, Nildo dos Santos, Monteiro, João Carlos do Espírito Santo Borges, Jaildo Lima Serra, Ivandro de Souza Rodrigues, Lindomar Silva de Paiva, Gildson Loureiro da Silva, Alexandre Júnior Lobato da Conceição, Adinaelson Lobato da Conceição, Adriei Monteiro da Silva, Ronan Costa Ferreira, Alonso lmeida S. Júnior, Jairo da Silva Machado, Ubaldo Mafra Jonatham Gomes Pinto, Cássio Araújo Braga, Antônio Martins Soares da Silva, Rogério Ferreira da Silva, Rosenil Ribeiro de Souza, Roberto Robson Sousa da Costa e Marcos Camões da Silva.

Buscas

As buscas foram feitas pelos agentes em veículos particulares com apoio de três guarnições do Batalhão de Radiopatrulhamento (BRPM) e uma equipe de Rotan, do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Aildo Lima Serra e Osmael Souza Figueiredo foram recapturados pela polícia em frente a uma faculdade na rodovia Duca Serra por volta de 3 horas da madrugada.

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