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Macapá, Amapá
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Violência Doméstica

Autoridades divergem sobre aumento de registros no CIODES

“Há dois lados que não se pode separar. Um deles é o aumento dos casos, e o outro é o aumento das denúncias”, disse o Coronel Edilelson.
Em matéria de violência doméstica contra a Mulher, o bairro do Congós, por dois anos consecutivos, foi o que mais registrou casos de agressões. Em 2008, 253 mulheres foram vítimas, e em 2009 esse número subiu 324 somente nesse bairro. Porém se agregarmos os quantitativos dos bairros, Cidade Nova e Perpétuo Socorro, os números alcançam o total de 437 casos. Tendo em vista essa análise, o Novo Horizonte aparece como a terceira região de maior incidência com 313 registros de conflitos familiares, onde a mulher é a vítima.
Divergências
As estatísticas revelam que, nesse primeiro semestre de 2009, 33% a mais de casos chegaram ao conhecimento das autoridades. Alguns órgãos de segurança, como a Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM), sob titularidade da delegada Josymaria Coelho, afirmam que essa elevação de percentual pode ser justificada pelo crescente índice de denúncias. A delegada acredita que o próprio trabalho da Polícia Militar tem servido de incentivo para que as mulheres denunciem seus agressores.

Contudo, o Tenente Coronel Edilelson, comandante do 6º Batalhão da PM, declarou que se sente temeroso diante do que está sendo reportado. Para ele, não é possível afirmar uma coisa ou outra sem que haja um estudo técnico adequado. “São dois lados que não se pode separar. Um deles é o aumento dos casos, e outro é o aumento das denúncias”, declarou.
Para o oficial do 2°BPM, Capitão Quaresma, a polícia se prende em situações de violência familiar e acaba deixando de atender outras solicitações. “Muitas ocorrências não são atendias por falta de disponibilidade de viaturas. Os casos se repetem porque, num primeiro momento, as vítimas chamam a polícia, mas preferem não ir até a Delegacia denunciar o agressor. Isso faz com que a violência volte a acontecer, fazendo com que a PM volte a ser chamada, por isso os números continuam crescendo”, opinou o Capitão.
Cidade Nova e Perpétuo Socorro
De janeiro a junho de 2009, 5.174 casos de violência doméstica foram notificados no CIODES, 3.880 em 2008. A estatística revela que grande parte ocorre no período entre 18 e 4 horas a madrugada. O coronel explica que os bairros Cidade Nova e Perpétuo Socorro são locais de baixa infraestrutura e renda, além disso, a facilidade de acesso a drogas lícitas e ilícitas é muito maior.
De acordo com ele, esses aspectos têm contribuído para classificar a região como de maior incidência. “Está constatado que na maioria dos casos atendidos pela Polícia, o álcool e outras drogas estão presentes. Durante as visitas solidárias realizadas pelos oficiais, observa-se, também, que há uma dificuldade interpessoal. Com base nisso, nós reunimos com diversos representantes da comunidade, e em Agosto será realizada uma caminhada em prol da paz social”, adiantou Edilelson.

O Estudo mostrou ainda que “Domingo é dia de apanhar”. 29% das ligações ocorreram nesse dia. De acordo com o gráfico, 33% das mulheres têm entre 35 e 64 anos de idade, 24% têm entre 18 e 24 anos e 6% têm entre 12 e 17 anos. 34% dos agressores são da faixa etária que vai 35 e 64 anos e 27% têm entre 18 e 24 anos. Em 18% dos casos, o agressor não é encontrado no local da ocorrência.
Novo Horizonte, Zona Norte
Uma equipe de Polícia Militar gasta em média 1 hora
e meia prestando atendimento em cada caso de violência doméstica. Roubo e outros crimes podem ser previstos, diz o Capitão Quaresma, e são possíveis de evitar mantendo a ronda ostensiva nas ruas. De acordo com o CIODES, o Novo Horizonte se apresenta como o terceiro bairro de maior ocorrência. De janeiro a Junho foram registrados 313 casos.
Para o Capitão, não há como prevenir a Violência Doméstica, se não por meio de campanhas. Ele declarou que a polícia não pode estar dentro da residência das pessoas, evitando que elas entrem em conflito. “As brigas no ambiente doméstico, que têm a mulher como vítima, iniciam com simples discussões. Na medida em que o tempo passa, a discussões são incrementada por ofensas, palavrões e depois agressões, até chegar no homicídio ou tentativa”, afirmou o Capitão.

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