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Macapá, Amapá
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Polícia desconsidera fator psicológico de criminosos

Artigo - Carlos Lima

Estudos sobre a personalidade criminosa mostram que psicopatas não precisam de motivos para matar. Quando dizem que são movidos por forças do além, o melhor a fazer é acreditar. O detalhe é que o “Além” é o interior da própria mente, e a força que os motiva é a psicose. Sobre a atrocidade recente que vitimou toda uma família na zona Sul de Macapá, o fator psicológico dos criminosos não é levado em consideração pelos investigadores. Delegados buscam incansavelmente por um motivo plausível, que tenha dado origem a atrocidade, mas esse motivo pode nem existir.

Três tipos de assassinos são estudados: os sádicos, que sentem prazer com a desgraça alheia e pela carnificina. Existem também os que acreditam estar livrando a sociedade de indivíduos com algum desvio de personalidade que fere os preceitos de moralidade. E por fim, os que sofrem de distúrbios mentais como alucinações, sensações de perseguição, voz sussurrando ao pé de ouvido, sintomas clássicos da esquizofrenia.

No segundo caso, as vítimas costumam ser homossexuais e prostitutas. O terceiro caso nós conhecemos recentemente na morte do cartunista Glauco, onde o criminoso sofria de alucinações e dizia ser a reencarnação de Jesus. Já o primeiro tipo citado é o que mais se aproxima da chacina da família Camargo. Os indivíduos agiram irrestritamente pelo sadismo por já terem um histórico de crimes bárbaros. Isso nos leva a concluir que são velhos conhecidos da polícia.

Alguns especialistas veem certa diferença entre o psicopata e outra classe de assassinos chamada de “condutopatas”. Estes últimos estariam incluídos em um caso de condutopatia, uma espécie de doença caracterizada por desvio de conduta, diferentemente da psicopatia, que está diretamente relacionada à psicose (sintomas de esquizofrenia, por exemplo). No caso, Caroline Camargo, a polícia analisa a hipótese de vingança pela forma cruel com que o homicídio foi executado, mas desconsidera o fator psicológico dos criminosos.

A carnificina armada no quarto da casa mostra perfil de criminoso atroz, diferente de alguém que mata para roubar, ou por mera vingança pessoal.

Todavia, a possibilidade que se encaixa perfeitamente nesse cenário brutal é o crime por encomenda. Até que a polícia descubra quem matou a família, se é que vai conseguir, irão surgir inúmeras suposições, e várias pessoas serão julgadas como mandantes pela opinião pública, porém a chance de alguém ter comprado a tortura e a morte dos três não pode ser vista como uma possibilidade a mais pela polícia. Esta suposição deve sim ser a principal linha de pensamento, neste momento.

Carlos Lima, jornalista, editor de polícia do jornal a Gazeta
Carloslima-dr@hotmail.com

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