Pelo menos 20 pessoas estavam em frente à residência quando os bandidos chegaram de moto, desferindo a rejada de tiros. Uma pessoa morreu

Um crime com características de execução tomou em tragédia toda uma família no começo da noite de quarta-feira (5) no bairro Jardim Equatorial. Quatro feridos foram encaminhados ao Hospital de Emergências, mas um veio a óbito. Duas crianças também foram baleadas e o estado delas é de inspirar cuidados. Ademir Marinho Pereira, de 25 anos, faleceu após os primeiros cuidados médicos. A ação criminosa foi deflagrada por dois homens em uma moto preta com a placa coberta. De acordo com uma testemunha, foram feitos mais de oito disparos.

A ação bárbara dos criminosos ocorreu por volta de 20 horas em área de baixada na rua São Januário, nº 540, no bairro Jardim Equatorial. Pelo menos 20 pessoas estavam em frente à residência quando os bandidos chegaram. Um deles desceu da moto de arma em punho e desferiu a rejada de tiros em direção ao agrupo de pessoas. Várias crianças brincavam na rua no momento do tiroteio. Moradores recolheram cápsulas de projéteis e entregaram à polícia que confirmou o calibre da arma. Suspeita-se que a pistola PT100, ponto 40, de uso restrito, pode ter sido furtada de um policial.

O crime foi informado à central e operações da Polícia Militar que despachou as equipes de Radiopatrulha (CRPM) e do Batalhão de Operações Especiais (Rotam), mas nenhum dos criminosos foi preso. Executado com requintes de perversidade, o crime deixou além de um morto, mais três feridos. O pequeno Adrian Pereira Araújo, de 5 anos, e seu primo Ailton Marinho Pereira, de 8, permaneciam até o final do dia de ontem em observação no HE. O segundo garoto perdeu parte da mão por consequência de um tiro. Um conhecido da família identificado como Ramon Monteiro Araújo, de 25 anos, também foi atingido por um tiro na virilha esquerda, mas está fora de perigo.

Patriarca da família, Álvaro Almeida Pereira, de 47 anos, relatou que os bandidos estavam vestidos com roupa preta, e uma fita plástica encobria a numeração da placa. “Todos os dias, o pessoal se junta pra jogar baralho na frente de casa. Por volta de sete e meia, todo mundo estava na frente, meu filho sentado na calçada, quando eles passaram, a primeira vez só olhando. Depois de algum tempo, voltaram, e o que tava atrás já desceu sacando a arma. Não deu tempo do Ademir levantar e correr. Eles ainda vieram no portão e atiraram pra dentro de casa, depois voltaram e ainda deram outros tiros no meu filho, mas não acertaram”, declarou Álvaro Almeida.
As quatro vítimas foram levadas ao hospital pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros, porém 15 minutos depois de dar entrada, Ademir veio a óbito por consequência de um tiro na barriga. Álvaro afirmou também que prestou depoimento ontem (6) à Polícia Civil Especializada em Homicídios, que deve abrir inquérito para investigar o caso.