Administrado por

Macapá, Amapá
DIRETO DA REDAÇÃO, junho de 2008 - ESTA PÁGINA NÃO POSSUI QUALQUER VÍNCULO COM O PROGRAMA ROTA 16 - msn: carloslima-dr@hotmail.com (esteja em contato com o jornalismo responsável)

Ponte do Jarbas: Uma rotina de medo e insegurança


Ponte do Jarbas concentra grande parte da criminalidade da zona Norte da capital. É lá que funciona o maior quartel de venda de drogas daquela região.


Muitas famílias estão vivendo sob tensão permanente em um lugar chamado Ponte do Jarbas, situado na divisa entre o bairro Jardim Felicidade e o Novo Horizonte. O clima é de medo e insegurança. O local é considerado um dos pontos mais críticos da zona Norte de Macapá, onde 90% dos criminosos decidem se esconder da polícia. Em menos de 24 horas, dois tiroteios deixaram os moradores amedrontados. O local está sob domínio de traficantes há bastante tempo e abriga bandidos da mais alta periculosidade.

Assaltos a estabelecimentos comerciais estão ocorrendo com frequência em bairros da zona Norte. A Polícia Militar do 2º Batalhão está trabalhando dobrado e batendo de frente com esses criminosos. Dois homens envolvidos em pelo menos três roubos já foram presos. Na tarde desta quinta-feira (15), um jovem foi baleado no peito em possível acerto de contas na mesma área de difícil acesso.

Vivendo no Submundo
Alguns moradores estão receosos com os últimos acontecimentos. Muitos não se sentem seguros mesmo com a presença da polícia no bairro. Outros acreditam que o problema não vai ser resolvido só com o aumento da presença de policiais. Morar na Ponte do Jarbas é viver no submundo. Cidadãos convivem com o medo, o tráfico e a incerteza quanto ao futuro dos jovens e crianças. Alguns pais, ainda, demonstram esperança, embora prefiram ficar no anonimato.
Há muito tempo, a Ponte do Jarbas concentra grande parte da criminalidade existente na zona Norte da capital. É lá que funciona o maior quartel de venda de drogas daquela região. Na última quinta-feira, uma pessoa foi vítima de tentativa de homicídio em plena luz do dia. O tiro acertou a parte direita do peito na altura do ombro. A vítima, Daniel dos Santos Júnior, conseguiu sobreviver, mas ainda está sob cuidados médicos. Até fechamento desta matéria, a identidade do atirador ainda era um mistério para a polícia.
Tentativa de assassinato
O oficial da Polícia Militar, tenente Max, disse que roubos costumam ocorrer em ambientes nobres e centros comerciais. Descarta-se a possibilidade de ter sido um roubo a tentativa de assassinato que vitimou Daniel, exatamente por isso. “Não há indícios que nos façam crer que foi assalto. A pessoa que atirou foi lá pra acertar contas”, disse o tenente. Uma manicure que mora na frente do local do crime, na Ponte do Jarbas, é testemunha ocular do fato e disse que houve uma briga entre três indivíduos, resultando na tragédia. O autor do disparo é um homem nunca antes visto no local, informou a moradora à polícia.

Operações da Polícia
Na manhã de ontem (15), uma guarnição da Companhia de Radiopatrulha em apoio ao 2º Batalhão prendeu duas pessoas após troca de tiros na Ponte do Jarbas. Os bandidos tinham acabado de assaltar uma panificadora no Jardim Felicidade e haviam levado cerca de R$ 800,00 em dinheiro e alguns celulares. A partir de características fornecidas pela vítima, o tenente Charles com sua equipe imediatamente iniciaram as buscas. A patrulha policial culminou com a prisão do Caio Figueiredo de Carvalho, 20 anos, que ao perceber a operação da policia, efetuou 4 disparos contra a viatura. Ele estava na companhia de outro indivíduo que atende pela alcunha de “Joãozinho”, velho conhecido dos homens da farda, que conseguiu escapar.
Junto com o Caio, também foi preso Marinaldo dos Santos Lemos, de 27 anos, que segundo a polícia, ajudou a esconder a arma e ainda tentou impedir à prisão. Na delegacia, ambos alegaram que não se conheciam. Caio também negou que tenha atirado, mas a polícia confirma que é ele o autor dos tiros. Vítima e testemunhas que estavam na panificadora no momento do roubo foram até a delegacia (Ciosp) e reconheceram o Caio como algoz no assalto ocorrido às 08h40 da manhã.
Preocupação com os moradores
Comandante da operação tenente Charles disse que a polícia não revidou aos disparos do infrator porque havia certa distância entre a guarnição e o acusado. “Os disparos poderiam acertar algum morador”, frisou. “Seria imprudente disparar daquela distância, A região é cheia de casas de madeira e algum morador poderia ser atingido por balas perdidas. Não revidamos por precaução”, completou. “A ocorrência foi repassada pelo Ciodes perto das 8h45 da manhã. Como nós já estávamos na cola de uns indivíduos por outros assaltos ocorridos anteriormente, nos deslocamos até o endereço em área de ponte. Ele sacou a arma e atirou contra a guarnição, depois saiu correndo pelo lago e se desfez da arma com ajuda de outro indivíduo. Um policial chegou a entrar no lago, mas não conseguiu encontrar o revólver. A priori, o caio deve ser indiciado por 157 e encaminhado para a penitenciária”, relatou Charles.

0 comentários

Visitante de nº