Treze detentos conseguiram escapar durante a madrugada desta quarta-feira (27) do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Até o início da noite de ontem, apenas dois haviam sido recapturados, segundo informações da polícia. Em abril do ano passado, um grupo de 13 presos se tornou famoso por também ter conseguido escapar adotando o mesmo procedimento. Na ocasião, alguns moradores foram vítimas de assalto e passaram momentos de terror nas mãos dos bandidos. Mais da metade dos foragidos foi recapturada em operações da PM no decorrer do ano de 2009.

Pessoas que residem no bairro Marabaixo estão alarmadas por causa da nova fuga. Muitos estão com medo de terem as casas invadidas pelos detentos. Uma onda de boatos atingiu os bairros Marabaixo I, II e III e Conjunto Cabralzinho. O grupo composto por oito jarilenses e três macapaenses planejou e executou a fuga de forma sutil e sem levantar qualquer suspeita. A ação ocorreu repentinamente à 1h30 da madrugada durante uma falha na vigilância de uma das guaritas.

Dona Maria Alcântara, de 59 anos, que reside na avenida 17 do Marabaixo disse que não se fala sobre outro assunto em seu bairro. "Fui ao açougue e estava todo mundo preocupado com a falta de segurança; teve um homem até que disse ter visto um preso correndo de noite”, disse.

Os treze foragidos estavam custodiados no pavilhão F1, que abriga presos condenados por crimes hediondos como homicídio e latrocínio (assalto seguido de morte) e são considerados elementos de alta periculosidade. A polícia pressupõe que eles tenham utilizado estoques e facas para abrir o buraco no muro. Presos agiram no calar da noite, estourando os cadeados da cela e em seguida aproveitaram as más condições do muro e o precário sistema de segurança da penitenciária.

A baixa só foi constatada pela manhã quando os agentes prisionais realizavam a contagem nos pavilhões. A PM recebeu algumas denúncias de moradores do bairro Marabaixo sobre a circulação de indivíduos suspeitos no perímetro. Segundo informações do Batalhão de Operações Especiais (Bope), duas viaturas de Rotan (Ronda Tática Motorizada) estão nas ruas à procura dos presos.

Além das viaturas do Bope, a operação de recaptura conta com apoio da Companhia de Radiopatrulha e demais unidades da Polícia Militar. Varreduras constantes estão sendo feitas pelos bairros adjacentes ao presídio, mas até o fechamento da edição, somente dois foragidos haviam sido recapturados.