sábado, 19 de dezembro de 2009 by Carlos Lima - jornalista
“Puxei ela pelos cabelos, quando vi que ela estava afundando”. Um garoto de 12 anos identificado como Walace disse ao Corpo de Bombeiros que nenhuma das crianças conhecia o local do acidente. Segundo ele, a situação foi muito rápida e só teve tempo de salvar um dos amigos, a menina de 11 anos identificada como Camila. Ao todo, quatro crianças faziam parte do grupo. Walace disse, ainda, que assistiu a morte dos colegas, Willian e Karla, sem poder fazer nada.
2º Tenente Marques, do Corpo de Bombeiros, disse estar surpreso com as condições de insegurança da fábrica. Ele frisou que as grandes escavações sofrem inundações e tomam profundidades em épocas chuvosas, aumentando ainda mais o risco de fatalidades. A área permanece 24 horas com os portões aberto sem qualquer controle de acesso. Uma parte do terreno não é devidamente cercada e possibilita e invasão de crianças e jovens. Além disso, casas ocupam as margens das crateras, sem que haja qualquer cerca de proteção. Uma vala de aproximadamente 3 metros de profundidade por 60 de extensão foi aberta, há alguns meses, e preocupa os moradores.
A reportagem registrou o momento em que outras crianças brincavam às margens de um dos canais como se nada tivesse acontecido. Um funcionário da fábrica, que não quis se identificar, contou que o proprietário tentou impedir a entrada de crianças fechando um buraco que havia no muro, mas não houve resultado.
A tia dos garotos mortos, Ana Rita Monteiro, 44 anos, afirmou que a família não sabia sobre as peripécias no lado Olaria. Ela afirmou que se sente indignada com a negligência por parte dos responsáveis pela fábrica e que as crateras representam insegurança aos moradores há bastante tempo. “Cinco crianças já morreram nesse mesmo local”, ressaltou.
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