A falta de sensibilização às leis de trânsito pode não matar o insensível, mas qualquer um que esteja perto dele. Por isso desrespeitar a sinalização, a legislação e os limites de velocidade é desrespeitar a vida. Hoje, muitas pessoas podem estar lendo a matéria de um jornal, mas amanhã pode acabar sendo a própria matéria. Foi o que aconteceu com a jovem Helorrane Cantuária de Almeida, 12 anos. Ela mais uma vítima do excesso de velocidade. O grave acidente não matou a menina, mas a deixou em estado delicado no Hospital São Camilo. Helorrane foi atropelada por um veículo Ford Ka placa NER 0329 na Rua Ernestino Borges na esquina com a São José, por volta de meio dia da última quarta-feira.

Uma mega campanha educativa com o intuito de reduzir a violência no trânsito está sendo discutida por órgãos de segurança. As estatísticas mostram que a cada dia a violência só faz crescer principalmente na capital Macapá. Até a quinta-feira (17), 72 óbitos haviam sido registrados nas estradas, ruas e avenidas em todo o Estado do Amapá. Até o final do mês de agosto, pelo menos, 4.335 acidentes ocorreram somente na Capital, segundo o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes). Grande parte desses acidentes é provocada por motoristas embriagados ou sem Carteira Nacional de Habilitação. Até então as instituições de defesa, sociedade e imprensa têm colocado em pauta a questão da violência no trânsito, mas nunca se chegou a um denominador que promovesse, de fato, a redução dos índices de mortes e acidentes. Muitos acham que falta educação, outros acreditam na repressão.


Com a ajuda da mídia todos os indivíduos na sociedade sabem que conduzir, sob efeito de álcool, veículo automotor é crime (Atual Lei Seca). Alguns acreditam que o problema da violência no trânsito não pode ser visto como uma questão de falta de conscientização. Pensando assim que o delegado Ericláudio Alencar declarou guerra aos imprudentes e impôs um “estado totalitário de extrema repressão a esses infratores”. A multa por embriagues ao volante é de R$ 957,00 e a fiança em caso de homicídio doloso pode chegar a 20 salários mínimos, o equivalente a quase R$ 10.000,00 (dez mil reais), de acordo com ele.

“Num primeiro momento, nós estamos adotando a repressão”, disse o delegado Ericláudio Alencar. “Mas faremos também uma grande manifestação envolvendo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Companhia de Trânsito (Citran) e EMTU. Nós vamos chamar a população para essa grande manifestação. As pessoas estão perdendo deus filhos, seus parentes e está todo mundo calado. Todos têm que se envolver na causa”, declarou.