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Macapá, Amapá
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Mercado Jovem: Traficantes agem dentro de escola pública


Há duas semanas, a PF foi informada de que uma quadrilha composta por menores de idade vendia drogas dentro do colégio Amapaense.

Há alguns meses, a tradicionalidade de uma das principais escolas públicas de Macapá vem dando lugar aos atos de vandalismo e ao consumo de substâncias entorpecentes. Embora situado em pleno centro da cidade, o Colégio Amapaense tem fornecido um novo mercado consumidor, muito mais jovem e saudável, para a indústria do mal. Uma estudante de 17 anos foi expulsa depois de ser flagrada com maconha dentro da sala. A ousadia dos traficantes mudou a rotina de alunos e funcionários dessa escola. A diretoria teve que tomar medidas extremas para evitar a entrada de traficantes em suas dependências.
Há pouco mais de duas semanas, a Polícia Federal foi informada de que uma quadrilha comercializava substância entorpecente dentro da escola. Eles usavam o uniforme da instituição para ter acesso livre pelos corredores. O diretor informou, ainda, que a estrutura física do prédio vem sendo depredado por alunos classificados, por ele, como vândalos. Em uma semana, todos os interruptores do 2º e 3º andar foram sacados da parede e uma grade de ferro foi retorcida.
Em posse da droga
A estudante confessou ter comprado a droga de um garoto de 14 anos, estudante de uma escola púbica no Curiaú. A informação foi confirmada pelo diretor do Colégio Amapaense, Haroldo Freitas, na manhã de ontem com exclusividade a esta reportagem. Para inibir o consumo e a venda de drogas nos arredores e no interior do colégio, ele decidiu proibir a entrada do educando após o horário pré-estabelecido por turno. Ele justificou a medida, dizendo que o tumulto que se formava na frente da escola facilitava a passagem da droga.
De acordo com o diretor, suspeita-se que um reparador de carros seja o dono do produto ilícito. “Existe um homem que vem todos os dias e fica na frente da escola em atitude muito suspeita, e o garoto de 14 anos serve de avião, veste o uniforme da escola para ter livre acesso. Nós achávamos que isso nunca chegaria às escolas, mas acabou chegando. As Polícias, Federal e Militar, já estão cientes do problema e a escola está sob investigação, inclusive, com rondas constantes da PM”, disse Haroldo Freitas.
A medida administrativa
A partir da descoberta da droga e expulsão de uma estudante, os alunos não podem ter acesso à escola a partir de 07h45 no turno da manhã, 13h45 no turno da tarde e 20h30 no turno da noite. Segundo Freitas, muitos pais procuraram a direção a fim de reclamar sobre a medida adotada, mas sem saber da real situação vivida. “Nós adotamos isso para proteger nossos alunos e não prejudicá-los. Para os estudantes da noite, nós decidimos dar um tempo a mais, pois se trata de um turno diferenciado. A maioria deles trabalha durante o dia, e geralmente o patrão não deixa sair mais cedo, por isso, aplicou-se a medida de forma menos severa”, disse Haroldo.
Há cerca de três semanas, uma funcionária que controla a entrada dos alunos presenciou um adolescente fazendo a movimentação de entorpecentes da praça da bandeira até o muro da escola. Segundo ela, o meliante fez ameaças com gestos, caso o delatasse a alguém. Outro funcionário, que pediu para não ser identificado, disse que flagrou uma pessoa estranha dentro da escola com um papelote de substância. Ele chegou a retirar a droga do garoto, mas não conseguiu segurá-lo, em seguida o produto foi entregue à polícia.
“A descoberta foi feita há três semanas”, disse o diretor, “mas acredito que ocorria há bastante tempo. Não é de hoje que notamos o movimento de pessoas estranhas em atitudes suspeitas em torno do colégio, mas nunca achamos que fosse droga”, declarou.
Vandalismo
“A situação do Colégio Amapaense é muito mais complicada”, frisou Haroldo. “Como se não bastasse esse problema com droga, alguns vândalos, que eu prefiro nem chamar de alunos, estão depredando a estrutura elétrica do colégio. Eles começaram apagando as luzes de todo o prédio. Decidimos, então, colocar uma grade de ferro na caixa de disjuntores, mas eles forçaram até conseguir dobrar e desligar a energia do prédio”, ressaltou o educador, acrescentando que todos os interruptores do 2º e 3º andares foram arrancados das paredes. “Pela forma como o material foi sacado, pode ser que eles tenham usado facas ou qualquer objeto semelhante”, finalizou.
Arma de fogo na escola
Em Abril, a polícia apreendeu um garoto de 17 anos, residente no bairro do Congós, conhecido como Fofão. Ele foi denunciado pelos próprios alunos depois de ser visto portando um revólver calibre 32 dentro da sala de aula do Colégio Amapaense. A arma estava guardada dentro de uma mochila no momento da apreensão. Em alguns momentos Jeferson chegou a exibir o revólver para outros colegas de turma inclusive fazendo ameaças. Quem fez a denuncia foi um dos estudantes, que teria sido ameaçado por ele.
O menor disse à polícia que achou o revólver e só queria vendê-lo, e não tinha a intenção de cometer crime. Na ocasião, um policial afirmou que no caso de um “Pente Fino” em Escolas Públicas, muitos ilícitos viriam à tona, inclusive droga. A tese sustentou-se a partir dos últimos acontecimentos no Colégio Amapaense.

4 comentários

Anônimo disse...

Perdoe-me a leiguice, mas o que pode ser feito na seguinte situação: alguns menores que não são alunos de determinada escola e que passam parte da tarde em frente dela? Sabe-se que não estão matriculados em nenhuma escola, roubam bicicletas, provocam brigas... Daí, lendo essa reportagem, fiquei preocupada, pois imagino que façam uso de algo negativo, sei que bebem muito... Há algum tempo acionei o Conselho Tutelar, ficaram um tempo sem aparecer, mas agora retornaram. De que forma legal, pode -se fazer algo, sem causar transtornos para a escola e para as famílias?

Carlos Lima disse...

Se roubam bicicletas e promovem brigas... os jovens ociosos agem por falta de policiamento nas escolas... Roubo, furto, arruaça e
ameaças já não está tanto a cargo do conselho Tutelar, mas sim da Polícia Militar. Acredito que os pais desses jovens também não pecisam ficar isentos de constragimento, pois os filhos, no meu entendimento, são formados 50% com "valores" dos pais e outros 50% com "valores do mundo". por isso pais carregam metade da culpa por essa delinquência. E certamente o mundo em que vivemos na querida Macapá não é dos melhores...
Não é de hoje que ouvimos notícias sobre violência nas escolas, então porque diabos não há políticas de segurança nessas instituições?

Alcilene Cavalcante disse...

Importante matéria Carlos. Vamos divulgar o que está acontecendo nas escolas públicas pra ver se a polícia e pais ficam mais atentos. Quanto ao vandalismo no C.A, é triste mesmo. Um patrimônio maravilhoso daquele, que é do povo e da história do AP. Fui lá outro dia e fiquei muito triste. Paredes de salas e corredores riscadas com frases pornográficas, carteiras quebradas entre outros atos marginais. O que podemos esperar desses jovens?

Anônimo disse...

sou aluna do colégio amapaense e concordo que estas situações são extremas e que,para tanto,medidas que resguardem a segurança dos alunos e funcionários devam ser tomadas;algo que não acontece,já que,agora,após o término das aulas todos os alunos são expulsos da instituição e ficam expostos a qualquer tipo de vîolência fora dos portões da escola,pois mesmo aqueles que esperam seus pais são obrigados a
ficarem na frente do colégio sem nenhuma proteção nem responsabilidade por parte do mesmo.Além disso,boa parte dos estudantes só tomaram conhecimento da atual situação pelos meios de comunicação,pois nem nas salas o diretor comunicou as medidas que seriam adotadas;a maioria ficou alheia ao que ocorria no colégio.
A sociedade amapaense conhece apenas uma versão da fato,a de que os alunos,impreterivelmente,são culpados pelo quadro da escola;eu digo que isto se dá pela falta de monitoramento do colégio e falta de interesse do corpo técnico,que toma decisões sem a consulta dos discentes e que são paliativas,apenas a curto prazo;enquanto isso,ficamos sujeitos à mercê do alto escalão da instituição,para o qual não importa nossa opinião e direito de resposta.

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