Motorista perde traçado e vai parar dentro do rio Maruanum
Testemunhas informaram à polícia, que a Toiota modelo Hillux com quatro ocupantes seguia em alta velocidade na estrada de terra. A escuridão do local contribuiu para o acidente, disse um policial rodoviário
Na madrugada de ontem (28), um acidente na Ponte sobre o Rio Maruanum, nas imediações do km 206 da BR-156, deixou quatro pessoas feridas, uma delas em estado grave. Segundo informações de um policial rodoviário, o motorista de um carro Toiota modelo Hillux, de propriedade da empresa Center Kennedy, placas NFB 8537, perdeu o traçado na cabeceira da ponte e foi parar dentro do rio. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a escuridão e a alta velocidade podem ter contribuído para o acidente.
Os quatro ocupantes do veículo foram trazidos em carros particulares para o Hospital de Emergências de Macapá. O motorista, Antônio da Silva Pereira, de 54 anos, é caso mais grave com lesões em várias partes do corpo, inclusive na cabeça. Até o fechamento desta edição, o estado dele inspirava cuidados. Um motorista que trafegava atrás da Toiota no momento do acidente presenciou tudo prestou socorro, em seguida informou a base da PRF em Macapá. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para a retirada do veículo de dentro da água.
Segundo dados do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF, em 2010, pelo menos 108 acidentes foram registrados em estradas federais no Amapá. De acordo com o levantamento, de 1º de janeiro até o final da manhã de ontem (28) cinco pessoas morreram ao longo da BR-156 e 210. Entre os últimos cinco anos, 2007 foi o mais violento em termos de mortes. Foram registrados 150 acidentes, para 16 óbitos e 50 vítimas graves. O número de vítimas com ferimentos leves chegou a 129 nesse ano.
Área de maior incidência
O chefe do Núcleo, Denis Leal, informou que a maior parte dos acidentes ocorre no perímetro urbano da BR-210. Ele disse, ainda, que se esperava o aumento no número de ocorrências nessa época do ano. Segundo ele, as estradas secas pela ausência de chuvas acabam de certa forma estimulando os motoristas a correr mais e consequentemente provocar mais acidentes. Na última sexta-feira (24) outro acidente deixou um ciclista gravemente ferido na BR-210 às proximidades do bairro Boné Azul. Ele foi parar de baixo de um ônibus ao tentar atravessar a pista.
No mês passado, o pedreiro Raimundo da Conceição Vasconcelos, de 43 anos, morreu em frente à subprefeitura da zona norte ao tentar atravessar a BR-210. A bicicleta que ele conduzia foi arrastada por cerca de 20 metros ao ser violentamente atropelado por uma pick-up L200. Entre o local da batida e o veículo uma poça de sangue anunciava a violência da batida. O estado em que ficou a bicicleta assustou os moradores.
Causadores
O desrespeito, a falta de sinalização e de infraestrutura viária foram alguns dos problemas apontados por um policial Rodoviário como causadores de mortes neste trecho da BR. Todos os anos, dezenas de famílias vivem o mesmo drama que viveu a família do Sr. Raimundo. A perda trágica acaba levando muitos filhos, pais e esposas a mergulhar em vidas de amargura e cheias de dor e revolta. A morte deste pedreiro aumentou ainda mais a revolta entre os moradores da região.
Diante do ocorrido, até policiais disseram frases de desabafo como “o pedestre é mal educado”, e apontando deficiências na infraestrutura da pista. Além do fator social que deu aos amapaenses o título de piores condutores do Brasil, problemas como a falta de sinalização horizontal e ausência de passarelas também são apontados. O trecho ao qual se referem esta matéria vai desde o prédio da Polícia Técnico-científica (Politec), passa pelo 2º Batalhão da Polícia Militar e vai até o final do bairro Brasil Novo. O policial de prenome Igor destaca que nesse perímetro vários acidentes e mortes já ocorreram pelos mesmos motivos.
“Apesar da BR ser uma via de trânsito rápido, nós estamos num perímetro urbano densamente povoado e com intenso fluxo de veículo. Desta forma, o limite de velocidade passa a ser de 40 km por hora, o que geralmente não é respeitado. Por esses motivos, deveria ter uma passarela, mas não tem. Deveria ter acostamento, mas não tem. Faixas de pedestre não tem. Desse jeito fica difícil”, disse o policial.